domingo, 20 de julho de 2025

O Bicho - Manuel Bandeira

O BICHO

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

 

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

 

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

 

O bicho, meu Deus, era um homem. 

 

Manuel Bandeira

Rio, 25-2-47  

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Retroespectiva...

Venho quebrar este silêncio que me afoga à quase seis meses e que não me têm permitido pensar nem escrever.

Estes últimos tempos sinto que tenho vivido... talvez até seja irónico mas sinto-me numa centrifugação constante. A modos que não me têm sido possível parar um pouco para pensar nem para escrever ou ler e me cultivar como deve de ser, assim como numa espiral me encontro nesta armadilha de redes sociais e de vídeos INTERESSANTÍSSIMOS, mas que ao fim ao cabo não me acrescentam em nada de sabedoria permanente.

Escrevo hoje  porque me encontro numa encruzilhada, e me deparo com ela pela milésima vez este mês. Clarificando: São 4 da manhã, eu tenho de apanhar um comboio ás 09h para ter um exame de código da estrada ás 11h. O quê faço?? Adormeço habilitando-me a ficar a dormir até ao meio-dia? ou fico acordado a beber cafés, tomo banho e vou direto para o exame? Qual das opções é que me prejudica menos? 

E ao debruçar-me sobre esta questão já lá vai mais uma horita ou duas.

Aí está a encruzilhada em que me encontro meus amigos.